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Ceratocone: Você já ouviu falar dessa doença?

Esse problema no olho, que atinge principalmente a população jovem, precisa ser tratado quanto antes. Descubra o que ele provoca e quais os sinais na visão.

Ceratocone: Você já ouviu falar dessa doença?

O Ceratocone é uma doença ocular não inflamatória que afeta o formato e a espessura da córnea, provocando a percepção de imagens distorcidas. A principal característica do ceratocone é a redução na espessura na parte central da córnea e é justamente por esse motivo que ela vai ganhando o formato de um cone.


A córnea funciona como uma lente fixa sobre a íris, a área colorida dos olhos, e, através da pupila, projeta a luz sobre a retina. Alterações na transparência e curvatura da córnea podem comprometer a visão. O defeito do ceratocone impede a projeção de imagens nítidas na retina e pode promover o desenvolvimento de grau elevado de astigmatismo irregular e miopia.



Ceratocone: Você já ouviu falar dessa doença?

Ceratocone é uma doença genética rara, de caráter hereditário e evolução lenta, que se manifesta mais entre 10 e 25 anos, mas pode progredir até a quarta década de vida ou estabilizar-se com o tempo. A enfermidade atinge cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil e pode atingir os dois olhos de maneira assimétrica, ou seja, o distúrbio pode afetar mais um olho que o outro.



Causas e fatores de risco do ceratocone

Ceratocone: Você já ouviu falar dessa doença?

Ainda não se conhece a causa exata da doença. Possivelmente, as alterações na superfície da córnea sejam resultado de inúmeros fatores que contribuem para a perda de elementos estruturais dessa membrana e vão desde o decréscimo no aporte de colágeno até o ato de esfregar ou coçar os olhos com frequência. Por isso, o risco de desenvolver ceratocone é maior nos pacientes alérgicos, que sentem muita coceira nos olhos. Ele também está presente nos portadores da síndrome de Down ou com alterações oculares congênitas, como a catarata e a esclerótica azul (branco do olho), por exemplo.


Sintomas do ceratocone

Ceratocone: Você já ouviu falar dessa doença?

Há casos de pessoas com história da doença na família que apresentam um quadro de ceratocone subclínico, sem sintomas. Quando eles aparecem, porém, variam de acordo com a fase da doença. O mais característico é a perda progressiva da visão, que se torna borrada e distorcida (tanto para longe quanto para perto) e obriga a aumentar com frequência o grau das lentes dos óculos até que a solução é substituí-los por lentes de contato, que podem ser de diferentes tipos.



Outros sintomas incluem:

  • Sensibilidade à luz (fotofobia);

  • Comprometimento da visão noturna;

  • Visão dupla (diplopia);

  • Formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz são outros sintomas da doença.

  • O recuo da pálpebra inferior provocado pelo crescimento do cone, quando a pessoa olha para baixo (sinal de Munson), e a perda aguda da visão causada pelo escape do humor aquoso que flui para dentro da córnea (hidropsia) são complicações que podem surgir nos estágios mais avançados da doença.



Cada fase do ceratocone vai exigir um tratamento diferente, mas, primeiro vamos falar sobre as quatro fases dessa doença:


Primeira fase: pode ser corrigido com uso de óculos ou lentes de contato;


Segunda fase: os óculos não conseguem corrigir o problema. Aqui a pessoa tem um astigmatismo mais elevado e ela só vai conseguir uma boa visão se o seu problema for corrigido com lente de contato do tipo rígida;


Terceira fase: a córnea já possui muitas deformações, é irregular e está bastante comprometida. Nesse caso, a pessoa deve tentar se adaptar com lente gelatinosa por baixo com a finalidade de proteger a córnea. E uma lente rígida por cima, na parte mais externa, que vai efetivamente corrigir o grau;


Quarta fase: a lente já não para mais no olho ou a córnea torna-se opaca, tornando a visão deficiente. Dessa forma, o tratamento indicado é o transplante de córnea.


Tratamentos para ceratocone

Nas fases iniciais, quando a deformação da córnea não é grave, o uso de óculos é suficiente para recuperar a acuidade visual. No entanto, à medida que o ceratocone evolui, os óculos precisam ser substituídos por lentes de contato, que ajudam a ajustar a superfície anterior da córnea e a corrigir o astigmatismo irregular provocado pela deformidade.


Os tratamentos mais comuns para ceratocone são:

  • Uso de lentes de grau;

  • Lentes de contato;

  • Cirurgia crosslinking;

  • Transplante de córnea;

  • Implante de anel na córnea (anel de ferrara).



Prevenções

Ainda não se conhecem as maneiras de prevenir o aparecimento do ceratocone, uma doença de caráter genético e hereditário. No entanto, é possível controlar a evolução da doença nas pessoas geneticamente predispostas, corrigindo o hábito de coçar os olhos, tratando as atopias (rinite alérgica, certas alergias dermatológicas e asma, por exemplo) que possam causar a coceira e reavaliando as condições de adaptação e higiene das lentes de contato, se for o caso.



Recomendações

Crianças e adolescentes devem consultar regularmente o oftalmologista, sobretudo se existirem casos de ceratocone na família. O diagnóstico precoce é fundamental para controlar a progressão da doença e preservar a acuidade da visual;


Algumas medidas simples podem ajudar a diminuir a vontade de coçar os olhos. São elas: usar colírios lubrificantes (lágrimas artificiais) se os olhos estiverem ressecados, aplicar compressas frias ou geladas nos olhos, lavar pálpebras e cílios com xampu de Ph neutro e soro fisiológico;


Ninguém perde a visão se o ceratocone for convenientemente tratado. A doença, em geral, surge na puberdade e evolui até os 30, 40 anos no máximo. Depois, estabiliza. Daí a importância de controlar a progressão da doença com a fim de preservar a qualidade da visão.


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